sábado, 26 de junho de 2010

Profecias e bobagens

Lembro como se fosse hoje. O rádio tocava Feelings, do Morris Albert. Eu e o Nando (Fernando Antonio Silva Folha), meu amigo de todas as horas na adolescência, estávamos no corcel 73 do pai dele quando as profecias do Nostradamus viraram o assunto principal. E caiu a nossa ficha. Se o mundo acabasse mesmo no ano 2000, a gente iria morrer aos 40 anos! Passamos a madrugada toda discutindo o que praticamente seriamos obrigados a fazer para compensar nossa morte prematura...
Num papel de pão fizemos uma relação de todas as mulheres que teríamos que pegar e dos lugares que de um jeito ou outro visitaríamos antes de morrer. Queimamos a cabeça também tentando encontrar um jeito de inventar algo inédito, que nos transformasse em milionários. Sabíamos que sem grana tudo que planejássemos ficaria apenas na vontade. Não vinha nada e a nossa situação se agravava. O tempo estava passando e a gente não achava a saída. Quase choramos com nosso triste futuro...
Combinamos não desistir (principalmente das mulheres da lista) e dar tempo ao tempo. Fundamental seria não falar mais sobre essas bobagens do Nostradamus e viver intensamente nossa juventude. Claro que não conseguimos comer toda a lista, mas o consolo foi que muita gente boa entrou nela sem que conseguíssemos prever... Com o passar dos anos, eu e meu inseparável amigo tomamos rumos distintos. Raramente nos falamos pelo msn. Assim como eu, o Nando viu o ano 2000 passar e que o mundo (ainda) não acabou.

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