segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vencendo a timidez

1979. Atrás das cortinas do Cine Avenida assisto o povo chegar. Todos jovens falando alto. Alguns assoviam para chamar os amigos. Muitos carregam faixas. Meu nervosismo é justificável. De brincadeira, depois de beber umas cervejas, eu e o Renato Azevedo inscrevemos Natureza (uma música politicamente correta para os padrões da época) no Festival Estudantil da Canção de Bagé. E não é que estávamos na final?! Acho que os jurados acharam politicamente incorreto reprová-la e ir contra a platéia, que cantou o refrão desde a primeira vez que nos apresentamos. Claro que ajudei. Antes de subirmos ao palco, fiz questão de distribuir xerox com a letra de nossa melodia.
Alertávamos para a degradação da natureza e os efeitos maléficos que a ação descontrolada do homem traria num futuro breve. “A natureza chooora, respeite essa senhoora; temos que dar um jeiito, depredar não é direiito...” cantávamos emocionados com o coro dos estudantes presentes. Confesso que, hoje, apenas lembro vagamente do refrão e do temor que senti ao pisar naquele palco. Não recordo de quase nada. Ao final, nossa Natureza foi considerada a mais popular. Recebemos um brinde de uma papelaria da cidade e um trofeuzinho, mas valeu a pena. Além do reconhecimento popular, venci a timidez de meus 19 anos, subi num palco e cantei!

Um comentário:

  1. Meu amigo Claudino (dininho),
    Fui invadido por vários sentimentos ao ver e ler teu blog. Uns puros, outros nem tanto.
    Minha filha que mora na Italia um dia me disse: "quem inventou a distância não conhecia a dor da saudade". Sempre terá um vazio próximo de mim e sei que de ti também, pois "amigos", não conseguimos contar nos dedos de uma das mãos.
    Bom te ver, "te ler" e saber que estás bem.
    Um beijo no teu coração.
    Renato Azevedo
    PS. Ainda bem que não cantamos mais...(mas encantamos ainda ....rsrsrs)

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