sábado, 10 de julho de 2010

Overdose

O bar estava lotado. Dei alguns dólares para o garçon e consegui uma mesa num canto. Pedi um Schweinsteiger com gelo e me pus a analisar o movimento. Uma morena veio entregar meu drinque balançando sensualmente a sua jabulani. No palco, o Maradona nu cantava `Não chores por mim Argentina` pela quinta vez quase aos berros. Em pé, com cara de poucos amigos, o Dunga segurava uma taça de Sneijder. Ao seu lado o inseparável Jorginho petiscava um Villa acebolado e cheio de pimenta.
Acendi um Eto’o e fiquei pensando na vida enquanto meus olhos percorriam o ambiente. Reparei ao fundo que o ex-goleiro do Flamengo fazia juras eternas para a paraguaia Larissa Riquelme enquanto saboreava um macarrão. Senti vontade de alertar a musa da Copa para não se envolver com o Bruno, mas deixei pra lá. Afinal, uma mulher experiente como a Larissa deve saber cuidar da sua vuvuzela... Voltei os olhos pro palco e quase não acreditei no que vi.
O Maradona havia sido retirado de lá na marra. Agora, Romário e Del Bosque, o sorridente técnico da Espanha, ensaiavam uns passos de funk ao som do DJ Mandela. A alegria tomou conta do local, o que fez com que a segurança, a cargo de Felipe Melo, ficasse alerta. Por um momento, pensei ter avistado o Ronaldo Fenômeno saindo com uns travestis, mas não tive certeza. Também tive que olhar duas vezes para acreditar que o Pelé subia ao palco com a Valeska Popozuda. Era tudo muito confuso...
Pedi outro Schweinsteiger e, encorajado, decidi conversar um pouco com o Miroslav Klose. Nem dei bola ao fato de não saber falar alemão. Pelo jeito, o Klose estava de porre. Ofereci um Ozil, comprimidinho que carregava no bolso para usar caso exagerasse na bebida, e ele aceitou. Em seguida vomitou e foi retirado aos pontapés pela segurança. Quase ninguém viu. Todos olhos estavam voltados para o palco. Cristiano Ronaldo havia se juntado ao funk e dançava a “éguinha pocotó” com a Lacraia!
Bebi de um gole todo meu Schweinsteiger achando tudo aquilo muito estranho e divertido. Queria participar mais ativamente da festa. “Minha vez”, pensei. Quando ensaiava minha subida triunfal ao palco, o som do funk foi sumindo e dando espaço ao irritante toque do meu celular. A tv ligada me fez cair na real. Estava para começar a semifinal da Copa do Mundo no Planeta Bola. E entendi o motivo de toda aquela loucura... 

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