quinta-feira, 8 de julho de 2010

De olho nas galinhas

- Vocês compram galinha no mercado? - perguntou meu sogro ao visitar-me pela primeira vez e bisbilhotar as compras que havíamos feito onde não faltaram três frangos congelados.
- Claro que sim. Por quê? - retruquei, já imaginando que ele estava pensando em matar alguma de minhas filhas de penas.
- Mas com tanta galinha gorda por aí... - argumentou
Desconversei. Disse que o que me importava eram os ovos etc e tal. Mas ele não se deu por vencido.
- Vocês gostam de jogar dinheiro fora...
Deixei pra lá. Afinal, não ia ficar mais rico ou pobre por comprar frango congelado.
- Minhas galinhas são só pra enfeite – brinquei, pra ver se ele entendia de vez.
E não menti. Criei muita galinha, mas nunca matei ou comi nenhuma delas...
A ideia surgiu quando decidi morar “longe dos problemas”. Estava num estresse daqueles. Trabalhava em quatro lugares ao mesmo tempo. Criar galinhas parecia natural, apesar de ser uma pessoa tipicamente de cidade. Até contratei um empregado para cuidar delas. Quem mais aproveitou foram meus cachorros, que se empanturraram de ovos uma vez ao descobrirem um ninho escondido ao redor de minha chácara em Sant’Ana do Livramento, na fronteira gaúcha com o Uruguai. Apesar dos comentários de meu sogro, todas minhas galinhas morreram mesmo de velhice...

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